segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Para mim



Eu queira apenas olhar o mundo sob um ponto de vista onde todas as imperfeições me fossem belas...
Quando abri a janela dos olhos, vi um lugar. Era o horizonte da vida que acenava para mim e pedia para que eu olhasse ao meu redor. Nesse momento, vi olhos cobertos por nuvens, mãos trêmulas e lábios estéreis. Todas as coisas me pareciam secas e frias.
Mas, eu quis romper com as barreiras de sentimentos nefários porque diante da minha janela passeava o moço dos cabelos encantados. Senti cheiros, ouvi passos, respirações e palpitações cardíacas. Era ali o instante. As frestas de janelas e portas se escancaravam. Começaram a dançar diante de mim os defeitos e as imperfeições. Eu sorri levemente para eles e pedi que entrassem e partilhassem do meu café.
O moço me pediu para ficar e fazer daquela acolhida o seu refúgio. Ele era viajante de tempos longínquos, um príncipe sem castelo e sem realeza, um cavaleiro sem estandarte, sem cavalo e sem armadura. Ele era um palhaço sem circo. Um poeta sem musa. Um músico sem instrumento.
Quando me viu tentando abrir a janela dos olhos, sentiu que ali era o seu lugar. O lugar da inspiração, do calor de seios, da acolhida no entardecer. Ajudou-me a enxergar a beleza do mundo imperfeito. Então, vi no brilho daqueles olhos, o amor que chegava do vento norte para salvar minha alma estreita.

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