Vagava perdido como um
predador sem o brilho do luar...
não havia sorrisos,
desejos nem a luz do sol,
desde que você se foi
para as terras encantadas
de onde não se via
pássaros cantantes, nem flores nos jardins...
Apenas olhos tristes
arrastando correntes de nostalgias...
Não, cavaleiro! Não
era um sonho...
era uma vida tórrida,
marcada por caminhos desertos....
feitos da escuridão,
branca de medo...
e saudade de um amor
que ficou...
lembranças a ferir o
peito, a secar os lábios, a mudar o semblante!
Ah! essa é a dor de
amar o que restou perdido nas brumas do passado...
que é irremediável
como um claustro medieval: cinza e frio...
Um dia, o céu mudou...
os astros sorriram, e
eu quis ir embora para a estrela mais linda,
a mais distante...
Não sei porém se é
real ou projeção de meus desejos....
Mas sairei com o por do
sol,
caminharei até o fim
ao reencontro da doce dor, que causa o amor!
Andarei por vales e
colinas até que uma beleza infinda encha-me o coração...
Sim, será ela!
a lembrança que já
não tinha mais face, nem formas dentro de mim....
sorrirei cantante para
ela,
a apertarei em meus
braços e morrerei naquele instante...
Quando voltei ainda só,
não desisti.
Persegui a estrela,
seus raios, sua ousadia em brilhar com tanta força...
e depois de muito
caminhar, lá estava ela...
no fim do caminho, no
fim do dia...
com todo o seu
esplendor e escuridão...
como são todos os
deuses malvados...
Ah! minha pequena
nostalgia...
és tão linda e
profunda...
tens cores
indecifráveis...
havia me esquecido como
és bela e encantada...
poesia és teu nome...
com um riso fácil a
encantar artistas e amantes...
Deixa-me brincar como
se não houvesse fim
esse dia de algodão
doce....
Deixa-me ser infante em
teu amor
para crescermos
juntos...
e de mãos dadas ver o
mar
consolo meu nas tardes
em que me condenas
sem a tua presença...