quarta-feira, 29 de maio de 2013

Perfume


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Agora sabes do que sou feita...
Sim, essa noite desvendastes os meus pensamentos...
Todos os meus segredos foram derramados nas bordas de sua boca...
Um perfume com gosto de amor
Pairava sobre mim....
A dança dos desejos envolveu-me
E roubou-me a paz!
Aonde estou?
Vagando pela imensidão do seu carinho
Que já não tenho...
Vi sua face desfilando pelo tempo
E me fiz sonhar em te encantar...
Seduzir-te com o canto dos pássaros...
A dança dos lírios...
O brilho que jaz na escuridão da noite...
Uma cortina de estrelas...
E o fogo da perdição...
Quem sou, senão uma deusa caída!!!
Condenada à imortalidade do desejo
De beijar docemente seu corpo viril
Que a mim não foi dado...
Condeno-te a sentir
O meu perfume perturbador
Que incendeia a vontade e a volúpia...
Razão da sua loucura!!!

a canção do coração




Em meio às tristezas que tentamos esconder por trás de muros cinzas
pintados de ilusão,
dentro de mentes sombrias que partilham a frieza da noite,
existe algo bom que direi a você:
abra-se ao que é eterno
ao que habita esse mundo desde o princípio dos tempos...
abra-se ao amor...
e aí, a melodia da vida sorrirá...
as rosas desabrocharão ao vento numa verdadeira simbiose de amor...
os acordes musicais desfilarão nas esquinas...
e então, de mãos dadas voltaremos para casa
e ouviremos a canção de nossos corações....

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Meu sertão







Meu sertão....
de cantos e encantos...
da moda de viola...
do cantar do sabiá...

aqui, aonde vive o sertanejo
de brilho nos olhos
e coração valente!
Que no gole da cabaça
sacia a sua sede...

sede de ver o sertão florido
os mandacarus felizes...
o sofrê pintando de vermelho intenso o azul do céu.

sede de ver a casa cheia
de sementes, fogo, calor humano
e certezas...

No meu sertão...
repleto de bondades, esperanças...
As histórias de minha avó...
iluminavam os meus sonhos...
na terra árida...

No meu sertão...
cantar é viver...
 é dançar de pés descalços na poeria
 e na chuva,
que quando chega
 traz vida e alegria!

No meu sertão
o sol é claro e forte...
parece o sertanejo,
que com bondade nas mãos e nas faces
enfrenta com humildade o seu destino... 
ser como o sertão:
 encantado e resistente...

No meu sertão
viveu Virgulino,
Gonzaga, Maria, Ana...
e hoje vive quem queira se achegar,
entrar e se saciar com um gole de café...

Meu sertão
de zabumbas, pífanos e acordeons...
a assobiarem as mais lindas melodias...
que enamoram moços e moças...
e fazem mais quentes as noites de São João...

Meu sertão...
se um dia eu me for daqui...
não irei me esquecer
de que, como as plantas dessa terra,
tenho raízes,
que fincadas serão
o meu sertão...




quinta-feira, 9 de maio de 2013

Primeira síntese




A alma feminina é por natureza selvagem...
e todas as fêmeas se assemelham...
há nas mulheres comportamentos bem parecidos aos de fêmeas de outras espécies...
algumas, apenas suprimem essas qualidades,
sim, são qualidades, a selvageria, a defesa, o ataque, o bote, o ninho...
O mundo (homem) na qual estamos inseridas, nos modelou para frearmos ou negarmos esses comportamentos...
nascemos condicionadas pela razão, disfarçada nas mais variadas catequeses a nós submetidas
e assim, nossa alma selvagem vira sonho, lembranças que não sabemos de onde provém e por fim, torna-se apenas poeira misturada ao resto do universo que nos modelou...
No entanto, basta-nos observar o nosso corpo...
ele é a síntese de tudo o que somos: encantamento, prazer, a casa, o ninho; todos os reflexos da natureza...
e o corpo é capaz de manifestar a nossa alma selvagem, quando decidimos retornar a nossa condição primitiva...
Não foi por acaso que o feminino varou a história em condições tão díspares: deusas e bruxas
adoradas e temidas, divina e demoníaca, esposa de deus e amante do diabo...
Essas leituras não são nada mais do que, o entendimento do mundo (homem), sobre a manifestação do espírito natural feminino...
espíritos da natureza...
E isso levou a mulher a ser identificada como tendo ou quatro patas (loba, leoa)
ou nenhuma pata (a serpente)...
A mulher contemporânea, por todas essas razões, se afastou da divina e queimou a sua alma selvagem...
A partir de então, ela passou a se identificar com o seu predador, como parte dele, tornando-se sua cativa!.





segunda-feira, 6 de maio de 2013

Em algum lugar





Vagava perdido como um predador sem o brilho do luar...
não havia sorrisos, desejos nem a luz do sol,
desde que você se foi para as terras encantadas
de onde não se via pássaros cantantes, nem flores nos jardins...
Apenas olhos tristes arrastando correntes de nostalgias...

Não, cavaleiro! Não era um sonho...
era uma vida tórrida, marcada por caminhos desertos....
feitos da escuridão, branca de medo...
e saudade de um amor que ficou...
lembranças a ferir o peito, a secar os lábios, a mudar o semblante!
Ah! essa é a dor de amar o que restou perdido nas brumas do passado...
que é irremediável como um claustro medieval: cinza e frio...

Um dia, o céu mudou...
os astros sorriram, e eu quis ir embora para a estrela mais linda,
a mais distante...
Não sei porém se é real ou projeção de meus desejos....
Mas sairei com o por do sol,
caminharei até o fim ao reencontro da doce dor, que causa o amor!

Andarei por vales e colinas até que uma beleza infinda encha-me o coração...
Sim, será ela!
a lembrança que já não tinha mais face, nem formas dentro de mim....
sorrirei cantante para ela,
a apertarei em meus braços e morrerei naquele instante...

Quando voltei ainda só, não desisti.
Persegui a estrela, seus raios, sua ousadia em brilhar com tanta força...
e depois de muito caminhar, lá estava ela...
no fim do caminho, no fim do dia...
com todo o seu esplendor e escuridão...
como são todos os deuses malvados...

Ah! minha pequena nostalgia...
és tão linda e profunda...
tens cores indecifráveis...
havia me esquecido como és bela e encantada...
poesia és teu nome...
com um riso fácil a encantar artistas e amantes...

Deixa-me brincar como se não houvesse fim
esse dia de algodão
doce....
Deixa-me ser infante em teu amor
para crescermos juntos...
e de mãos dadas ver o mar
consolo meu nas tardes em que me condenas
sem a tua presença...