segunda-feira, 6 de maio de 2013

Em algum lugar





Vagava perdido como um predador sem o brilho do luar...
não havia sorrisos, desejos nem a luz do sol,
desde que você se foi para as terras encantadas
de onde não se via pássaros cantantes, nem flores nos jardins...
Apenas olhos tristes arrastando correntes de nostalgias...

Não, cavaleiro! Não era um sonho...
era uma vida tórrida, marcada por caminhos desertos....
feitos da escuridão, branca de medo...
e saudade de um amor que ficou...
lembranças a ferir o peito, a secar os lábios, a mudar o semblante!
Ah! essa é a dor de amar o que restou perdido nas brumas do passado...
que é irremediável como um claustro medieval: cinza e frio...

Um dia, o céu mudou...
os astros sorriram, e eu quis ir embora para a estrela mais linda,
a mais distante...
Não sei porém se é real ou projeção de meus desejos....
Mas sairei com o por do sol,
caminharei até o fim ao reencontro da doce dor, que causa o amor!

Andarei por vales e colinas até que uma beleza infinda encha-me o coração...
Sim, será ela!
a lembrança que já não tinha mais face, nem formas dentro de mim....
sorrirei cantante para ela,
a apertarei em meus braços e morrerei naquele instante...

Quando voltei ainda só, não desisti.
Persegui a estrela, seus raios, sua ousadia em brilhar com tanta força...
e depois de muito caminhar, lá estava ela...
no fim do caminho, no fim do dia...
com todo o seu esplendor e escuridão...
como são todos os deuses malvados...

Ah! minha pequena nostalgia...
és tão linda e profunda...
tens cores indecifráveis...
havia me esquecido como és bela e encantada...
poesia és teu nome...
com um riso fácil a encantar artistas e amantes...

Deixa-me brincar como se não houvesse fim
esse dia de algodão
doce....
Deixa-me ser infante em teu amor
para crescermos juntos...
e de mãos dadas ver o mar
consolo meu nas tardes em que me condenas
sem a tua presença...


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