domingo, 21 de julho de 2013

Eu sou eu agora...




De um tempo glorioso ficaram apenas as lembranças,
antes em cores, agora em bronze...
Quero o meu cavalo,
vou cavalgar até o reino distante...
roubar a coroa do príncipe
e guiar o meu exército...
são os meus pensamentos...
Meu corpo já não suporta o peso da armadura...
me despi
eu, sou eu agora...
tambores soam ao longe...
não posso marchar...
estou presa pelo peso dos anos...
minhas asas caíram...
eu, sou eu agora...
Ao longe miro a floresta...
ouço ecos de tempo idos...
minha cabeça queima...
são chamados de uma juventude
agora, pura natureza...
posso vê-la andando entre as árvores
vivendo suas magias...
são pensamentos...
poi, eu, sou eu agora!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Misteriosa dama







Cores e magias refletem o espelho daquela que de ti roubou a paz...
frio como o vento do inverno é o seu leito sem a misteriosa dama
obscura e lúgubre.
Ao ir embora levou as trevas amante do poeta...
O seu consolo é alma inquieta e peregrina
que beija o mistério daqueles olhos negros, toda vez que dorme ou vaga
pelas ruas vazias, nas madrugadas longas....
Nas esquinas frias ele a encontra,
seu corpo quente e mortal o espreita nas curvas daquela estrada...
Encontrarás sua dama, poeta....
quando beberes da ânfora que o cara do bar te oferece...
Sorte tens tu, muito mais do que os homens normais...
seu espírito estará com aquela misteriosa criatura
toda vez que sua caneta riscar o papel...
E saciares sua alma sedenta do inexplicável...

Tantos Sertões




Sertões de Zezinhos
com seus chapéus de palha
encantando os pássaros e inspirando poesias...
embalando com os seus assobios os corações das moças...
que por eles esperam nas curvas das estradas
repletas de poeiras e vidas...
Sertões de Marias...
xique e xique e mandacaru
potes de barro na cabeça e madrugadas a esperar
nas cacimbas as gotas d'água...
de notinha com seus Zezinhos....
as Marias se aquecem
à luz do lampião...
tendo como companhia
o céu iluminado de felicidade
e a melodia da orquestra formada por sapos e grilos...
De manhã ao levantarem, Marias e Zezinhos
revivem sua fé em Padim Cícero, Frei Damião e Luiz Gonzaga...
São humildes, mas deixam enamorados os mais perfeitos poetas...
O sertão deles não necessita de artistas,
ele é a arte mais bela....
Quem o conhecer, nunca o deixará de amar!