quarta-feira, 20 de março de 2013

Apenas sonho



do meu quarto avisto um jardim de rosas sagradas...
molhadas com o orvalho das manhãs sem sol...
a doce brisa que faz dançar as folhas encharcadas
lava-me o corpo nu...
e dou-me conta da existência
não a minha, mas a daquele corpo da noite anterior...
embriagado pelo amanhecer...
sem se importar com o tempo, preso, sem vontade de ir...
que diz de mim... ali imóvel mirando o jardim...
me findo no desejo de beber
o amor mordaz daquele que nem sabe quem sou...
mas que decidiu atravessar o deserto do meu ser...
sem saber se sou areia...
talvez eu seja as gotas do orvalho das manhãs sem sol
talvez eu seque aos raios que vão nascer...
e ao fim desta manhã, nem serei mais riscos, sombras ou cheiros...
terei partido e deixado apenas sonhos...

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