Sou quase adulta, mas não deixei de
ser criança, a não ser quando penso no anjo de asas quebradas...
Várias vezes fui tentada a
atravessar a fronteira do mundo proibido, só para rir do desespero
do anjo que perdeu suas asas...
Talvez eu gostasse daquele
sofrimento leve, daquela cara de choro por não poder mais voar...
O anjo não sabia falar, por isso
tudo o que eu dizia a ele era mentira...
Mas um dia eu olhei profundamente
os seus olhos de veludo.
E vi um abismo que não compreendi.
Por que? eu perguntei...
mas ele fez a mesma expressão que
sempre fazia quando eu lhe contava histórias falsas...
Fui embora com o coração disparado
Agora eu queria vê-lo todas as
manhãs...
Mas ele era como nuvens negras,
imerso na dor por ter suas asas quebradas...
Ele não podia mais voar, apenas se
arrastar pelo belo jardim de outono...
E eu... o ser do nada
só podia molhar com minhas lágrimas
a bela rosa sem cor que ele
carregava...
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