terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ser o sertão...


Estou sempre sendo impulsionada a retornar ao sertão. É incrível como as raízes são tão profundas. Como as marcas são tão vivas. Desde muito pequena, convivia com as imagens de um cenário belo e singular: o sertão. Não o sertão de Euclides da Cunha desprovido de gente verdadeiramente sertaneja, mas o sertão de gente que mantém toda uma tradição viva.
Agora, retorno para entender como a feminilidade sertaneja permite toda a continuação de comunidades resistentes. Muitas, matriarcas, formadas a partir de uma avó pega no mato a "dente de cachorro" ou seja, a avó índia e outras tantas mulheres fortes, as parteiras, por exemplo. Quantas ajudaram na passagem das crianças. No sertão, são as mulheres as responsáveis por guardar a tradição das rezas, dos sambas para os santos, das festas juninas, das quermesses.
São elas também, responsáveis por manter a unidade familiar. Enquanto seus maridos saem em busca de trabalho pelo mundo a fora. São as mulheres que cuidam do lar, da casa, dos animais, de buscar a água na cabeça, de fazer penitências para a chuva chegar.
São elas as mais agredidas pelo clima, pois dependem inteiramente da água para o desenvolvimento de sua família.
Mas são tão diversas, distintas, sonhadoras, desejosas de coisas novas, de renovar o saber...
Por isso, há dois anos quando escrevi meu poema "Sertão, tão ser" dedique alguns versos a essas guerreiras sertanejas.

" Sertão de janelas abertas, de moças a esperar,
Que o amor venha despertar seus corações...
Sertão, tão ser.
Ser a beleza iluminada com jeito de menina
Que no sertão é a fina essência feminina
Sertão, tão Ser!!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário